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Rosana Paulino,"A permanência das estruturas" - 2017
Meu medo, meu terror, é se disseres:
Teu verso é raro, mas inoportuno.
Como se um punhado de cerejas
A ti te fosse dado
Logo depois de haveres engolido
Um punhado de framboesas.
E dirias que sim, que tu me lembras.
Mas que a lembrança das coisas, das amigas
É cotidiana em ti. Que não te enganas,
Que o amor do poeta é coisa vã.
Continuarias: há o trabalho, a casa
E fidalguias
Que serão para sempre preservadas.
Se é poeta, entendes. Caso é ilha.
E o teu amor é sempre travessia.
Meu medo, meu terror, será maior
Se eu a mim mesma me disser:
Preparo-me em silêncio. Em desamor.
E hoje mesmo começo a envelhecer.
Hilda Hilst, Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão - 1974

Flávio de Carvalho,"Experiência nº3" - 1956

Teresa Margolles, "Pista de baile del club Rodarte" - 2016
Renata Felinto, "White Face and Blonde Hair" - 2012
Wynn Holmes, "Move Freely" - 2018

Simon Weckert "Google Maps Hacks" - 2020
Ayrson Heráclito, "O sacudimento da Maison des Esclaves" - 2015

Maxwell Alexandre, Díptico Trem, da série "Caravelas de Hoje/Reprovados" - 2018
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